terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Dor sem ondas

Dentro da máquina da Ressonância Magnética, tenho sempre a visita de uma meia dúzia de lágrimas que, perante a imponência da máquina e a pequenez da pessoa que se encafua ali dentro, não resistem em se manifestar. Como eu as compreendo...

Se pudesse, choraria durante dias a fio, meses talvez, deixando sair a dor que certamente terei acumulada dentro de mim. De vez em quando, saltam umas lágrimas rebeldes, que as outras lá ficam, firmes e determinadas a não levantar ondas.
Mas não posso. Nem quero. Já basta o que sofro em consciência, não quero saber nem sentir o quanto mais poderia ainda sofrer... era só querer, motivo não tem faltado.
Mas não, é melhor não...

T.






quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Dois e milhões de corações

Mais do que as dores físicas ou o mal estar de certas medicações, o que mais dói é mesmo o coração. Aquele outro coração, não o que bate, mas o que sente, o que se aflige, o que teme e que também se alegra e inspira os momentos felizes... Aquele que, em conjunto com o outro, nos faz viver. Só com um não existimos... não somos ninguém...

É esse outro coração que nos liga aos outros, é através dele que estamos juntos, que nos amamos, que nos completamos. Por vezes, imagino que existe um coração muito grande onde nos juntamos todos, todos os que têm mais e mais corações... 

Cada vez mais sinto a minha dor colada às dores alheias, cada vez mais compreendo que as dos outros são minhas e as minhas são de todos os que se importam.

É por isso que sinto tanto, é que não são só os meus corações que batem dentro de mim...



terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Meia xoné

Esta semana não estou grande coisa. Não gosto de me sentir assim. Durante os cinco anos que já levo de pancada, tenho conseguido manter-me à tona com alguma boa disposição, em especial socialmente. Quando as forças me falham, já conheço o que se segue: fecho a concha e deixo-me lá dentro a dormir, ver TV, ler, caminhar na praia... sozinha. É assim que estou agora. Dentro da concha. Só abro quando chega a Joana e faço de Teresa, a mamã (como ainda me chama).

Vamos lá ver quando isto passa...

T.



sábado, 11 de janeiro de 2014

o meu amor maior

Porque todos os dias contam...

Hoje passsei o dia a curtir a minha filha. Grande companheira.

T.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Altos e baixos

Porque todos os dias contam, hoje...

Coisas boas: almocei com o pai e as minhas velhotas, fui a Sintra comprar um toucador  - que adorei! - num antiquário, trabalhei, fui buscar os meus óculos (e passei a ver o mundo com outros olhos) e ainda... jantei com a Joaninha e o Júnior, sim, todos ao mesmo tempo.

Menos bom foi ter feito análises logo de manhã e levar com um senhor, simpático sim, mas bruto como tudo e que me enfiou uma seringa pelo braço adentro sem dó nem piedade.

Mau mesmo foi uma amiga ter perdido o pai hoje... Era uma situação esperada mas é sempre difícil...

T.


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Cansadinha

Esta ânsia de viver, cansa.

O melhor do dia hoje foi o almocinho com os colegas, uma proposta em que quase todos alinharam. Um momento de convívio raro mas que muito agradou. Pelo menos a mim.

O pior foi mesmo o não ter dormido o suficiente e estar praticamente de rastos, por assim dizer.

Beijinhos.
T.

P.S. Houve tempo ainda para uma consulta de fisioterapia, uma ida ao supermercado, o tal almoço, fazer o euromilhões, trabalhar (pouco mas bem), ir buscar a Jo e agora... fazer o jantar, pôr a roupa a lavar (para demorar três dias a secar), dizer umas vintes vezes "Joana vai tomar banho" e, depois, por fim, Deus me ouça, dormir, dormir, dormir...

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Todos os dias contam

Porque todos os dias contam, gostaria que, sem excepção, tivessem algo para contar. E, de facto, têm, mas nem sempre é a história que gostaríamos de ouvir.

Hoje, o dia não foi de boa memória. De manhã soube que o cancro tinha levado mais uma amiga, e fiquei triste. Depois, trabalhei loucamente toda a tarde, toda a noite, não jantei, esqueci-me de tomar os comprimidos a horas e cheguei a casa às duas e meia da manhã. Fui comer arroz de frango. E estou a escrever. Hoje não há sono, hoje não há paz no coração.

Todos os dias contam, tem de ser assim... Mas há uns que mais valia que acabassem depressa. E este foi longo como o raio que o parta.

T.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Tonturas

Dia 1, uma forte tontura à mesa do jantar. Dia 2, pequenas tonturas ao longo do dia. Dia 3, não trabalhei e não tive tonturas. Dia 4, nada. Dia 5, cabeça um pouco à roda, sem tonturas mas com uma sensação estranha.

O que foi aquilo, o que se passa, afinal?

Hipóteses:
1 - inconfessável, não quero sequer pensar nisso
2 - cansaço acumulado de um mês de dezembro intenso
3 - os óculos novos que tardam em ficar prontos e estes fora de prazo
4 - medo, medo, medo de exames que se aproximam...
5 - excesso de doces :-)

A ver vamos...

Beijo,
T.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Muita saudinha

Dia 1 de Janeiro de 2014. Seis horas depois de adormecer, toca o despertador: alerta comprimidos. O ano novo começou agora mesmo e não me deixa esquecer...

E fica registado o meu único e grande desejo para 2014: que todos tenham saúde. Os que a têm intacta que saibam valorizá-la e protegê-la, e aqueles a quem a sacaninha tem burlado, a consigam contrariar e viver cada dia com coragem, determinação e toda alegria possível. É assim que eu vou fazer.

Feliz 2014
T.