terça-feira, 12 de novembro de 2013

Silêncio

Descobri que não sou só eu. Há por aí mais gente, muito mais gente, que não quer falar do assunto, que exige o direito de reserva no que toca àquilo que temos de mais íntimo: o nosso corpo. E o modo como ele anda por aí a comportar-se nem sempre é uma conversa recomendável para uma senhora...

Não, não tenho medo da palavra, uso-a sempre que se aplica. Tenho outros receios, que são mais exactamente os medos dos outros. Ou seja, com os meus posso eu bem (que remédio), os dos outros são mais difíceis de gerir. E, por isso, prefiro tocar-lhes o menos possível.

É cruel, disseram-me hoje, cara a cara com uma recusa de detalhes. Não, não é. Cruel é o cancro, ele é que é cruel, que me invadiu a vida  e os pensamentos e que se me aloja, em silêncio, na garganta...

T.

P.S. Para não dizerem que não conto nada, na quinta-feiro começo uma nova quimioterapia. Esta acabou, pouco antes de ter acabado comigo...

3 comentários:

  1. Nada nem ninguém acaba contigo, Teresa! Tu não deixas! Tu nunca vais deixar! Hoje estive com uma amiga de uma amiga que luta continuamente desde os 45. Tem 73. Não é ficção. O cruel cancro já tentou várias portas de entrada mas ela não deixou. Hoje trouxe esperança para ti, Teresa! Hoje trouxe esperança para mim, Teresa! beijinhos

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  2. São histórias destas que me fazem sonhar... Obrigada

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  3. São histórias destas que me fazem sonhar... Obrigada

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